sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Pago com batatas


Os impostos aumentaram para os viticultores e pequenos agricultores. Eles quiseram protestar. Quiseram pagar à Segurança Social em géneros. Levaram batatas e coentros.

O maior controlo feito a esta actividade, que ainda é o ganha-pão de muitos cidadãos que, regularmente assistem ao vivo ao “Preço Certo”, provocou uma onda de manifestos em frente à Segurança Social, com o objectivo de mostrar indignação e desconforto. Assim como criatividade. De forma irónica, os trabalhadores presentearam o edifício com todo o tipo de vegetais que conseguiram trazer dos seus jardins. E animais. Também haviam lá uns coelhos a saltar de um lado para o outro, e que desejavam falecer. Isto para “tentarem” pagar os seus impostos com os produtos que desenvolvem, ao invés de o fazerem com dinheiro, dada a sua escassez.

Como é óbvio, da iniciativa apenas se pôde retirar algum humor, misturado com uma manifestação que me alegrou bastante o dia. E de forma ainda mais acentuada, à medida que, ao longo da reportagem, surgiam algumas pessoas que, com uma grande convicção, acreditavam mesmo que seria possível efectuar o pagamento com feijão: “Dantes éramos presos era se não viéssemos pagar. Agora, vem aqui uma pessoa, de boa vontade, e não nos deixam pagar em géneros. Não se faz.” Infelizmente parece que o governo só aceita dinheiro. Mas fico com a ideia de que se os impostos tivessem sido aumentados nos bordéis, a história era outra.

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